Descrição enviada pela equipe de projeto. A casa está localizada nos arredores de Suesca Cundinamarca, em um terreno com vistas para as Rochas de Suesca e o Rio Bogotá que as margeia. Os proprietários são um casal jovem de escaladores e seu filho de dois anos. Como ideia geradora concebida entre clientes e arquitetos, retoma-se o conhecimento desenvolvido pelas Case Study Houses de Craig Ellwood na Califórnia como casas modulares, econômicas e de construção simples, onde "menos é mais", mas neste caso evolui adaptando-se às características do lugar e aos materiais locais. O conceito é de um refúgio-mirante das rochas, compacto e modular, que pousa no terreno buscando o mínimo impacto, e sua geometria de formas puras demarca a intervenção humana em contraste com o entorno natural orgânico do vale, do rio e das rochas.
Buscou-se criar relações sutis com o local, por exemplo, a cor do tijolo acinzentado dialoga com a cor e textura das rochas. A casa é como uma pedra entalhada, não natural, uma jóia polida em contraste com a rocha pura. O sistema construtivo se desenvolve em estrutura metálica, steel deck e tijolo de cor cinza em paredes externas e internas, gerando contraste com o piso e o teto, que são de madeira, o que cria um espaço mais acolhedor. A casa faz parte do rural e, por tanto, sua característica de "fazenda" se mantém no interior, onde não há paredes brancas revestidas ou elementos "maquiados", apenas materiais puros.
A casa está orientada para o sul, conservando a visual principal para as Rochas de Suesca. Ela foi projetada como um volume alongado em direção leste-oeste, sendo que as fachadas compridas estão orientadas uma para o sul, mais aberta, com uma visual, e outra para o norte, mais privada de acesso. As fachadas menores a leste e oeste dizem respeito ao estúdio e aos dormitórios. O espaço social é projetado como um volume mais alto e de maior extensão para a direção sul, o que faz com que sala, sala de jantar e cozinha se projetem para a paisagem natural com uma visual de 180 graus e uma varanda em balanço possibilita ver a totalidade da altura das rochas, mantendo o espaço iluminado ao longo do dia.
Estratégias bioclimáticas e de sustentabilidade
1. A casa é elevada do solo, uma vez que em épocas de chuva o terreno fica saturado de água, e esta característica funciona como isolamento térmico, além de permitir que suas instalações técnicas possam ser inspecionadas e mantidas com facilidade no futuro;
2. Como o volume central cúbico é mais alto do que o comprido, gera-se uma janela alta de correr que consegue captar a maior quantidade de luz na manhã e tarde na área central da casa;
3. O piso e o teto se mantém isolados, os vidros têm propriedades termo-acústicas e o tijolo cinza com câmara de ar de cor quase preta capta o calor solar e restitui a temperatura interna durante a noite;
4. A área social conta com uma lareira metálica, que aproveita o calor do campo da chaminé dentro do espaço interno, fazendo seu funcionamento mais eficiente. Por prevenção, o projeto permite a futura instalação de calefação, mas ainda não foi necessário, reduzindo, assim, o consumo de energia;
5. A coleta de água da chuva é armazenada embaixo da casa em tanques enterrados, para ser utilizada para regar as plantas no verão;
6. A cobertura foi projetada e construída para que os proprietários pudessem semear vegetação no futuro.